terça-feira, 4 de março de 2008

IRON MAIDEN PARQUE ANTARCTICA- SP



Na noite quentíssima desse domingo, 02 de março, a Donzela de Ferro esteve em São Paulo para sua tão aguardada apresentação da turnê “Somewhere Back in Time”. A expectativa era altíssima e o estádio se encontrava superlotado de forma impressionante.Antes das luzes se apagarem e a banda entrar, começam a tocar “Doctor Doctor” (do UFO / Michael Schenker), música de que os integrantes gostam muito. Já foi de fazer o coração quase enfartar.Pontualmente às 20h00 começam a tocar a gravação de “Transylvania”, enquanto eram projetadas, nos três bons telões existentes, imagens do Ed Force (757) e do vôo comandado pelo Bruce Dickinson. Em seguida, veio o discurso de Churchill na 2ª Guerra. Era “Aces High” anunciada. Foi bombástico!O som estava bem alto e bem balanceado, tanto na pista quanto nas cadeiras cobertas, considerando-se que era num estádio de futebol. Durante a “Aces High” (e em várias outras músicas também), o genial e irreverente Bruce literalmente corria e patinava no palco, que estava bem molhado em função da fortíssima breve chuva que caiu entre a abertura e o show. Desnecessário dizer que, mesmo com toda sua atividade, cantava como um monstro. Em um momento disse: “o céu está urinando na gente”.Após “Revelations”, Dickinson afirmou que em São Paulo a banda nunca havia tocado para um público maior, que muito rapidamente todos os ingressos haviam se esgotado. Elogiou muito o público da cidade, disse que eles têm uma paixão pela América do Sul, em particular pelo Brasil. O estádio delirou e ovacionou o vocalista. O irrequieto Dickinson colocou a mão no coração, abaixou-se, visivelmente emocionado e feliz. Ficou instantes em silêncio. Foi muito tocante.A dupla Adrian Smith e Dave Murray esteve impecável. Adrian tocou principalmente com uma linda guitarra Jackson Stratbody branca com escudo branco. Tinha um timbre arredondado, maravilhoso, sem dúvida o mais bonito timbre de guitarra dos três guitarristas. Em “The Number of the Beast”, dentre outras, Adrian usou uma Gibson SG que trouxe um ótimo timbre também, dessa vez mais cheio de médios. Dono de um vibrato invejável e de uma excelente precisão, demonstrou mais uma vez que, ao lado dos ‘pull-offs’ insanos do Dave, faz uma das melhores, senão a melhor dupla de guitarristas do heavy metal. Murray, Gers e Harris mantiveram-se fieis a seus instrumentos Fender e em “Moonchild”, Murray utilizou um violão Gibson.O baixo de Steve Harris estava com um som excelente também. Super definido e com muito peso. Em um momento muito único na “The Number...”, quando assistentes passavam ‘puxadores de água’ no palco para enxugá-lo, Bruce pegou um deles e começou a enxugar o palco e a cantar ao mesmo tempo... Impagável.Noutro momento em que Bruce enxugava o chão, os assistentes pegaram toalhas e correram para cima dele e começaram a enxugá-lo. Ele tentava se livrar e a cena ficou engraçadíssima.Na canção “Iron Maiden”, como de costume, entrou o Eddie. Ele era o futurista de “Somewhere in Time”, muito bem feito. Brincou com o Gers e com o Dave e saiu.Foi uma noite espetacular, emocionante. O público pôde ouvir músicas nunca executadas antes pela banda no Brasil e, além do som, foi brindado com muita energia, simpatia, diversão, etc. O show se encerrou com “Hallowed Be Thy Name”. O que pensar de um show que começa com “Aces High” e termina com “Hallowed...”? No mínimo muito impressionante e grande privilégio para todos nós que estivemos presentes.A abertura da Lauren Harris, filha do Steve Harris, foi ótima, porém controversa, pois é um som próximo de pop rock, o que não agrada a alguns fãs de heavy metal. De qualquer forma, a banda dela é muito competente, o guitarrista é excelente, as músicas são muito bem montadas, ela canta bem e tem ótima presença de palco.Pontos altos- Irreverência e voz do Bruce Dickinson: com 49 anos, o “Air Raid Siren” domina o show. Canta com uma potência e uma compressão que garotos de metade da sua idade se matam para conseguir, mas não conseguem. Não nos esqueçamos de que, além de vocalista, é membro de Classe Mundial da Equipe Britânica de Esgrima, tem um programa de rádio na BBC de Londres, é formado em história com especialização na área militar, apresenta vários programas de TV, apresentou na Discovery a série Flying Heavy Metal sobre aviões, quando não está em turnê é comandante da aerolínea comercial Astreus, etc. Não à toa, Dickinson é definido por Nicko como um gênio;- Timbre e precisão do guitarrista Adrian Smith;- Promessa de que trarão um novo show para São Paulo, ainda mais produzido, com efeitos, pirotecnia, etc., dentro de um ano, em função dos ingressos terem se esgotado muito cedo;- “The Rhyme of the Ancient Mariner”, executada com muita energia e com uma perfeição talvez inédita.Pontos baixos- Gostinho de quero mais... Nenhuma música tocada do 1º álbum, com exceção de “Iron Maiden”, e nenhuma do “Killers”.- O solos de guitarra do Adrian executados pelo Janick, como em “Moonchild”, por exemplo, e solos que o Janick faz simultaneamente com o Adrian, como o de “The Trooper”. Infelizmente, o Janick não tem a nem a técnica nem a pegada necessária para fazer os solos do Adrian e sola de maneira bem pobre.

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