quarta-feira, 20 de fevereiro de 2008

MUNDO ROCK ENTREVISTA GAMMA RAY



Disco novo e turnê esperada. É assim que o Gamma Ray está se preparando para chegar ao Brasil junto com seus "compadres" do Helloween em abril desse ano. Em conversa exclusiva com o baixista Dirk Schlächter, ele promete uma surpresa durante a jam dos shows na terra dos tupiniquins e fala do novo trabalho, um pouco sobre a turnê e suas impressões do Brasil.
MUNDO ROCK: Para começar falemos da turnê conjunta que o Gamma Ray está fazendo como o Helloween. Como tem sido a reação do público? Como surgiu a idéia?Dirk Schlächter: Bom, vamos lá do começo: a idéia surgiu porque tocamos juntos em um festival na República Checa em 2006 (N.R.: Monsters Of Rock Vizovice). Nesse dia, fizemos uma jam no show do Helloween. Depois, ficamos todos no mesmo hotel e, depois de alguns drinks, alguém veio com a idéia e todo mundo adorou. Esperamos então para sincronizar as agendas das duas bandas e o que acabou acontecendo foi uma grande coincidência: nós entramos em estúdio para gravar o novo disco no mesmo dia em que eles entraram! Quem me contou isso foi meu amigo que produziu o álbum do Helloween. Quando ele estava em Tenerife, me ligou avisando. Achei muita coincidência! Sabe, no começo dessa idéia, algumas pessoas tentaram nos dissuadir, mas nossa vontade foi mais forte. Foi aí que falamos com a agência que marca os nossos shows, eles colocaram a coisa toda em prática e, quando demos conta, metade do mundo estava atrás dessa turnê especial. Estamos fazendo as coisas juntos e nos conhecemos há muito tempo e o sentimento é de que temos uma família na estrada, sem brigas, todo mundo se conversa e o sucesso da turnê é lindo. Os fãs amam! Claro, essa turnê é especialmente direcionada aos fãs desse tipo de metal. É muito bacana subir no palco e fazer uma jam com esses caras. Depois a gente fica observando a reação dos fãs, com os rostos felizes, em êxtase. E agora, estamos levando esse espírito ao Brasil.
MUNDO ROCK: É verdade que o Helloween é a banda mais antiga, mas ao mesmo tempo o Gamma Ray tem tocado apenas 13 músicas. Como se deu a escolha das músicas que entrariam no "set"?Dirk Schlächter: Nós tocamos esse número de músicas porque esse é o acordo. Antes da turnê começar, nós brigamos muito com o gerenciamento do Helloween sobre o tempo que iríamos usar para tocar. Foi estressante, mas pelo menos não levamos essa briga para a estrada. E no final foi até divertido, porque não tem como ficar brigando muito tempo com esses caras! O produto final, que é o que importa, beneficia os fãs de ambas as bandas. É óbvio que gostaríamos de tocar muito mais músicas, mas no final, temos que concordar com o seguinte fato: nosso estilo começa a ficar enjoativo para o público com muitas músicas. Imagine então duas bandas do mesmo estilo, uma na seqüência da outra, tocando sem parar! (risos). É preciso manter a atmosfera do show como algo mágico, o objetivo não é cansar os fãs. Sobre o set list, as músicas foram escolhidas em consenso com banda, gerenciamento, fãs... aqui todo mundo conversa e chega em um acordo, sem estresse ou desentendimento!
MUNDO ROCK: Falando sobre o novo CD, "Land Of The Free" não era necessariamente um CD conceitual... logo porque a idéia de lançar uma segunda parte?Dirk Schlächter: É importante deixar claro que isso não foi feito de propósito. A verdade é que, quando começamos a trabalhar nas músicas, quisemos trabalhar o mesmo sentimento de "Land Of The Free", que foi bárbaro. Conforme as músicas iam saindo, percebemos que o direcionamento estava, casualmente, ligado a esse disco. Era o mesmo espírito nas composições novas, nos arranjos, nos vocais. Vou te dar um exemplo de como isso aconteceu: uma música sem título, era pra se chamar "Blá-blá-blá - Land Of The Free Part II". Depois, como estávamos sem grandes idéias pro nome do disco, resolvemos colocar esse nome, afinal, remete mesmo ao primeiro disco.
MUNDO ROCK: Se em "Majestic" o Gamma Ray já dava sinais de estar migrando para o metal tradicional, músicas como "From The Ashes" e sua levada Iron Maiden escancaram essa migração. O que você acha disso?Dirk Schlächter: Sim, eu tenho influências e nada melhor do que demonstra-las quando podemos. As sugestões foram aparecendo com o tempo, todo mundo foi dando o seu "pitaco" e "From The Ashes" ficou com essa cara. O estilo não se parece com o de uma banda em específico... apesar de termos usado guitarras que soam como Maiden também. Eu peguei pedaços do que estilos musicais que eu gosto e assim progredir ou desenvolver melodias dentro do meu próprio estilo. Sou muito influenciado por jazz e groove, por exemplo.
MUNDO ROCK: O que você espera desta visita ao Brasil, junto com o Helloween. A famosa "jam" entre as duas bandas é certa?Dirk Schlächter: Na verdade, estou bastante ansioso para chegar ao Brasil. Com certeza é a parte mais doida da nossa turnê, porque os fãs são incríveis e todos nós amamos muito o Brasil. Quando chegarmos a uma parte anterior ao Brasil, estamos vendo de ensaiar uma surpresa, algo diferente em nossa jam. Será uma coisa bem bacana!
MUNDO ROCK: O que você acha do novo CD do Helloween, "Gambling With The Devil" e de sua atual turnê?Dirk Schlächter: Olha, não é exatamente o meu estilo de música, mas o disco está excelente na minha opinião. E eu percebo pela turnê que eles tem arrebanhado cada vez mais fãs, mais novos é claro, mas eles simplesmente não param de fazer o número de admiradores pelo Helloween crescer. E ficou bastante popular também em alguns países. Outro dia eu estava no mercado, e adivinha o que estava tocando? (Risos). MUNDO ROCK: Obrigado. O espaço é seu! ;)Dirk Schlächter: Mantenham a fé, continuem bangeando e o mais importante: não bebam nem usem drogas!
Por: Juliana Negri Pauta: Rafael Carnovale

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